Vem hoje.
Eu finjo que tive amnésia e não sei nada sobre você.
Esqueço das lágrimas, das mentiras, e até da sua namorada.
A gente se esbarra na esquina da praça, como quem nada quer,
e você me abraça.
Me leva, me pega. Foge comigo, por duas horas.
Então a gente mata a saudade.
Se ama, dá o ultimo beijo pela milésima vez, e seu cheiro
fica na minha roupa.
E volta. Volta pra realidade, volta pra cidade, volta pra sã
consciência.
E finge novamente, dessa vez, que nada aconteceu.
E a nossa vida segue. E a saudade aumenta. Eu tenho amnésia,
e a gente se esbarra.