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Porque é que a gente insiste mesmo?




Antes eu gostava da incerteza que tinha em relação a nós dois.
Eu te amei.
Amei muito.
Ponto.

Você me amou. Talvez muito. Talvez não mais do que eu te amei. Mas me amou.
Ponto.

Acabou...
Ponto.

Acabou de uma forma conturbada. Acabou por motivos que na minha cabeça não incluíam a falta de amor.
A gente ainda se amava... Não?
Sinceramente acho que não sei.
E era exatamente disso que eu gostava.
Gostava de acreditar que ainda havia amor entre nós.
Porque isso me dava à falsa ilusão para agarrar.
A ilusão de que se a gente se esbarrasse mais dia menos dia, iríamos perceber como era errado ficar longe um do outro.
Eu acreditava que se havia amor entre nós, quando os nossos olhos se encontrassem no meio da festa, você abriria caminho em meio a todas as pessoas, e me convidaria para dançar.
É cena de filme eu sei, mas eu acreditava.
Ponto.

A gente se encontrou. Nossos olhos se encontraram e nada aconteceu.
Eu dancei sozinha, eu bebi, eu conheci novas pessoas, eu sorri, eu fui feliz sem perceber.
Eu voltei para a casa, eu deitei na cama, e adormeci sem pensar em você. Sem ao menos lembrar de você.
Então eu tive certeza.
Ponto.

E hoje quando parei para analisar me doeu um pouquinho sim, porque o fim do amor é triste. E talvez em uma relação não tenha nada mais triste.
O fim do amor.
Acabou.
Acabou porque não era pra ser. Acabou porque eu não fui feita pra você e você não foi feito pra mim. Foi bom, eu te amei e você me amou. Mas acabou, porque acabou o amor.
E quando isso acontece, não tem volta.
O olhar se cruza, a gente se esbarra, pode até tropeçar um no outro.
A gente se levanta e segue. Cada qual o seu caminho.
Sem volta. Sem olhar para trás.

Ponto final.